sexta-feira, 18 de março de 2011

GRANDIOSA APRESENTAÇÃO DO PROF. UELITON JOSÉ DE OLIVEIRA, MÚSICO E ATOR

Durante as atividades citadas no blog www.umefjuizjairomattosnews.blogspot.com, houve uma apresentação que mereceu destaque em todos os sentidos observados: Prof. Ueliton José de Oliveira, músico e impressionante declamador. A princípio, este professor percebeu que a poesia corre pela veia da inspiração e nem sempre preferencialmente pela via da intelectualidade. Com isto, demonstra seu carater intertranspluradisciplinar, que o coloca no nível de um mestre de valor. Escolheu um poema do poeta nordestino Zé da Luz, nascido em 29 de março de 1904, em Itabaiana, região agreste da Paraíba e falecendo em 12 de fevereiro de 1965, no Rio de Janeiro. Seu livro se perdeu na boca do povo, como a essência das antigas e sagradas escrituras, esparziu-se nos becos, nos bares, nos raios de sol, nas feiras repentistas de nosso verdadeiro Brasil, pelos cantos das ruas contornadas de casas simples. Necessitamos valorizar nossos grandes poetas como Cora Coralina, Patativa do Assaré, Catulo da Paixão (autor de Luar do Sertão), Zé da Luz, entre outros milhares, para colocá-los na galeria dos Drumond, Meirelles, Vínícius, Geir Campos, Augusto de Campos, Castro Alves, Cruz e Souza, Ferreira Gullar, Gonçalves Dias, Guilherme de Almeida, João Cabral de Melo Neto, Manuel Bandeira, Mário Quintana, Torquato Neto, entre tantos, para que nossos educandos tenham a consciência de que a poesia está perto do mais original ou do sopro primordial mais próximo do divino.
O nosso referido professor declamou de uma forma magnânima, o seguinte poema de Zé da Luz:

AI! SE SÊSSE

Se um de nóis se gostasse;
se um de nóis se queresse;
se nóis dos se impariásse;
Se juntinho nóis dois vivesse!
Se juntinho nóis dois morasse;
se juntinho nóis dois drumisse;
se juntinho nóis dois morresse!
Se pro céu nóis assubisse?
Mas, porém, se acontecesse
qui São Pêdo não abrisse
as porta do céu e fosse,
te dizê quarqué toulice,
e se eu me arriminasse
e tu cum insistisse,
prá qui eu me arrezorvesse
e a minha faca puxasse,
e o buxo do céu furasse?...
Tarvez qui nós dois ficasse,
tarvez qui nós dois caisse,
e o céu furado arriasse
e as virge tôdas fugisse...