sexta-feira, 22 de abril de 2011

FLAMENGUISTA MORRE DE SUSTO NA BANCA DE REVISTA(O ÓBVIO É O ÓPIO DO POVO)

Marcão era flamenguista de matar ou morrer. Ficou na segunda opção. Naquele dia, acordou cedinho de meia, cueca e camisa flamenguista, só não botou calça com as cores do time, para ninguém lhe chamar de palhaço.
Não assistiu o jogo à noite entre flamengo e vasco, porque tomou todas que todos não tomaram e dormiu como uma porca prenha num canto da sala.
Acordou meio tonto, meio zonzo, meio lelé da cuca e foi direto pra banca: vasco 10 e flamengo 0. Pronto! Caiu ali mesmo, morto, sem possibilidade alguma de volta.
O susto foi tão grande que não havia mais susto nenhum para assustar alguém. Tanto prova que todos liam nos jornais absurdos incríveis, como o descontrole do Banco Central, o obsceno explícito, aumento da gasolina versus país campeão do pré sal, corrupção a todo vapor, tráfico, tráfego, tóxico, trágico, salário de miséria para os trabalhadores, gente morrendo nos corredores dos hospitais (e não foram trazidos nem da Líbia, nem do Iraque, nem do Japão, nem da Faixa de Gaza e nem do Afeganistão, nem das etecéteras das mortandades mundiais). O óbvio é o ópio do povo. Porém, ninguém se assustava com este festival de horrores brasileiros.
A não ser, que da próxima vez, o dono da banca se descuide e coloque de novo o jornal de cabeça pra baixo com o símbolo do vasco e do flamengo em resultado matematicamente mortífero.

Um comentário:

  1. A realidade é ( O ÓBVIO É O ÓPIO DO POVO ),
    Adorei este reflão, poís na mão de um poeta da versos, e até samba.

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